sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

tatuagens

um mundo repleto de energias que estao mudando sempre conforme tudo vai acontecer, eu adoro essa maneira de expresar fazendo o que gosta com vontade mais como sempre alertando sobre o risco que nao ha como voltar atras entao pense bem, mas faça e muito bom....

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

VOCE

Aonde sera que você esta 
ja não sei mas quem sou
pois fás tanto tempo que rio 
ou que você me beija 
não ha mais motivos para continuarmos juntos 
e mentindo sobre nos
nossas almas estão brigando
apesar de se amarem ou 
estarem magoadas uma com outra
não quero e nem desejo a sua felicidade
mas tanbem não desejo a solidão
apesar de eu encontrar as respostas nela
você me feriu muito com suas palavras 
e não ha remédio para essa dor
sei que também te magoei
mas pra mim foi só uma grande ilusão
que o mundo me mostrou
onde eu esperava acordar e ver que era verdade 
mas de repente era só um sonho e tudo mudou di novo
e agora acordada vejo como foi tao tola 
a ponto de não perceber que o nosso fim
estava próximo
então digo a você
o que você realmente quer 
me amar ou me matar
diga logo eu insisto em saber a resposta 
porque ela sera nosso destino....

hoje

Estou esperando por um dia em que eu vá acordar e ver como tudo e do jeito que eu espero sem precisar esperar nada de ninguém, e tudo complicado quando o assunto  e o coração ele não sabe o que fás quando tende a querer alguém que não pode ter , mas ele também e  nosso melhor aliado.
não sei mais o que faço se tudo esta complicado na minha vida ate sei que existe uma  solução mas eu não sei qual.
já tentei de tudo pra te agradar mais sempre tudo e muito pouco pra você
me diz o que você quer não quero ser sua escrava e sim seu  amor
Me diz pra quê?Fazer tanto charminho Tá perdendo seu tempo, sem me dar carinho Assuma de vez. Que quer me amar Quem desdenha quer comprar Quero pedir, não brinque comigo Não deixe de mais meu coração de castigo Você sabe que tem toda minha atenção.
 estou sofrendo muito todas as decisões podem me trazer coisas boas mas também coisas ruins.
e agora o que faço não sei vou deixar os dias me dizerem...

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Evanescence - Call Me When You're Sober

Evanescence - Lithium (Video)

estilos musicais





Estilos apreciados dentro da Cultura Obscura
 A música apreciada na Cultura Obscura abriga desde as sonoridades mais rústicas, como a produzida entre algumas bandas góticas na década de 80, até a sofisticação do Metal que emergiu na década de 90. Pode oscilar entre sonoridades modernas, como a dos estilos eletrônicos mais pulsantes e dançantes, ou buscar referências na música medieval.
Desse modo, é possível ter uma idéia de quanto é amplo e democrático o conceito de música quando relacionado à cultura obscura, e pode-se perceber que não há padrões rígidos que determinem estilos específicos. Porém, há alguns pontos que são comuns na maioria. Podemos citar como exemplos, letras que abordam temas existenciais e que algumas vezes baseiam-se em obras da literatura romântica. Além de uma referência instrumental recorrente à música étnica, (de culturas orientais, por exemplo), e do próprio folclore europeu. A música erudita também é uma referência bastante comum, que pode estar presente tanto nos estilos mais suaves, como o Ethereal, até nos mais agressivos e pesados, como o Metal.
Alguns estilos, como o Ethereal, New Age e Dark Ambient/Atmospheric, muitas vezes, podem trazer uma sonoridade semelhante. Isso faz com que algumas bandas sejam genericamente inclusas sob mais de um rótulo. Este conceito também pode ser aplicado ao Metal e suas subdivisões.
(O objetivo deste artigo não é delimitar ou impor rótulos sobre os estilos citados. Mas apenas fornecer informações sobre as variações musicais mais presentes na cultura obscura. As bandas e artistas citados são apenas referências para que o leitor possa ter uma idéia mais clara dos estilos que são abordados nos tópicos.)
Gothic Rock
No Gothic Rock, o instrumental é simples, composto por guitarras, baixo e bateria. Os vocais característicos são graves. A expressão Gothic Rock foi usada pela primeira vez no final da década de 70 para classificar bandas como Bauhaus, Joy Division e Siouxsie and The Banshees, que também eram rotuladas como pós-punk. Mas suas influências não estavam limitadas ao punk. Neste momento, bandas que posteriormente seriam classificadas como Death Rock ainda eram chamadas de Gothic Rock. Assim, a fronteira entre o Death Rock e o Gothic Rock não são muito nítidas.
Referências: BauhausJoy Division e Siouxsie and The Banshees.
  Industrial/E.B.M
Apesar de muitas vezes serem classificados sob um mesmo rótulo, originalmente, E.B.M (Eletronic Body Music) e Industrial são estilos diferentes. Porém, é muito comum que bandas que sejam enquadradas num destes segmentos transitem livremente para o outro, e a fronteira que os diferenciam esteja cada vez mais sutil.
Ambos surgiram na década de 70 e suas bases recorrem ao experimentalismo eletrônico. Inicialmente, o Industrial utiliza-se de objetos de uso cotidiano para produzir as músicas. Não havia uma preocupação com características básicas, como melodia e harmonia. Ao longo dos anos, tornou-se comum o uso de timbres eletrônicos; as músicas adquiriram uma sonoridade mais dançante e os estilos subdividiram-se em Industrial-Rock, Industrial-Metal e CrossOver, entre outros.
Referências: Marilyn Manson, Cabaret Voltaire e Front 242.
  Ethereal
O Ethereal é um dos estilos que foram classificados como Darkwave. No Ethereal encontra-se melodias lentas e suaves. O instrumental é composto por bases eletrônicas de sintetizadores ou orgânicas (acústicas). Há uma forte influência de música folclórica (européia) e de diversas culturas (não européias), além de música erudita e experimentalismo eletrônico. No Ethereal é muito comum que as músicas soem melancólicas e introspectivas.
Referências: Cocteau Twins, Dead Can Dance e Lycia.
  Dark Ambient/Dark Atmospheric
Não há uma linha muito nítida que divida estes estilos. A semelhança é tanta que alguns até os consideram sinônimos. Também, a sonoridade muitas vezes se confunde com o Ethereal.
No Dark Ambient/Atmospheric o instrumental é delicado, com timbres eletrônicos que simulam violinos, sinos e efeitos diversos, como sons da natureza. Há também as bandas que utilizam instrumentos de música erudita, como violinos, cellos e flautas, compondo assim uma sonoridade mais orgânica, considerada neoclássica. Há a influência de música folclórica e os vocais, geralmente, são baseados no canto lírico. Como no Ethereal, muitas músicas soam melancólicas, com uma "tristeza passiva".
Referências: Dargaard, Elend e Autumn Tears.
  New Age
O New Age, que significa literalmente Nova Era, pode ser considerado um movimento artístico-espiritual surgido na década de 60, composto por diversas crenças orientais. O estilo musical New Age também se caracteriza pela influência da música oriental. Porém, não se resume a isso. O New Age se subdivide em vários segmentos que possuem referências da música erudita e folclórica européia, por exemplo.
A sonoridade do New Age é suave e orquestrada. Possui melodias lentas muitas vezes interpretadas através do canto lírico, corais de vozes, sintetizadores e bases eletrônicas.
Referências: Era, Enigma e Enya.
 edieval e Renascentista
Quando relacionada à música consumida na cultura obscura, o termo Medieval pode referir-se à música do período medieval (principalmente da Baixa Idade Média no período de transição para a Renascença) ou ao estilo produzido por bandas e artistas contemporâneos que se inspiram na música medieval.
A música do período medieval é caracterizada, inicialmente, por melodias vocálicas sem acompanhamento instrumental, que fluem livremente desenvolvendo-se com suavidade e ritmos irregulares. Posteriormente, surgiu a polifonia e o acompanhamento de instrumentos como flautas, tambores e instrumentos de corda. Estas variações podem ser associadas tanto à musica medieval religiosa como a música medieval profana.
A música produzida atualmente que é inspirada no período medieval traz, além das características da música medieval de várias fases, também experimentalismos eletrônicos que, algumas vezes, flertam com Ethereal. Alguns artistas tendem a buscar uma sonoridade autêntica da época, enquanto outros produzem músicas com instrumentação mais complexa soando mais "pop".
Referências: Mediaeval Baebes, Ataraxia e Arcana.
 Música clássica e neoclássica (Erudita)
Na cultura obscura, a música clássica é uma referência que se combina com outros estilos. Por exemplo, sua influência é notada entre estilos como Ethereal e Metal e entre artistas que buscam uma maior sofisticação na sonoridade através violinos, cellos, vocais sopranos e tenores, piano e cravo, por exemplo. Assim, buscam inspiração em compositores de diversas fases como Mozart, Beethoven, Chopin e Strauss.
 Metal
Várias subdivisões do Metal são apreciadas na cultura obscura. Entre elas, principalmente, o Gothic Metal, Doom Metal, Metal Lírico e Metal Sinfônico. Há diversas características comuns entre estes estilos; a mais presente é a utilização de elementos de música clássica, como violinos, pianos, flautas e vocalização lírica. Estes itens combinam-se com as características mais comuns do Metal: guitarras graves, vocais urrados e variação rítmica. Além de letras que abordam o folclore do país natal da banda, ou referências de obras literárias, arcaísmos e expressões em latim, por exemplo.
Algumas bandas destes segmentos podem ter sido influenciadas pelas bandas do Gothic Rock oitentista e do Doom da década anterior. Além disso, é muito comum serem classificadas também em outros estilos.
Referências: EpicaTristania e Theatre of Tragedy

literatura gotica e sobrenatural


A história da novela gótica, segundo a concepção purista, foi curta e conseqüência da reação estética tida nos círculos cultos da Europa contra o Racionalismo. Nasceria em 1765 com a aparição do O Castelo de Otranto de Horace Walpole, e morreria em 1815, depois da publicação de sua última obra: Melmoth, o Errabundo, de Charles Maturin. Segundo esta concepção a novela gótica é inseparável de certos elementos de ambientação: paisagens sombrias, bosques tenebrosos, ruínas medievais e castelos com seus respectivos porões, criptas e passadiços bem povoados de fantasmas, ruídos noturnos, correntes, esqueletos, demônios... Sua máxima representante é Ann Radcliffe.
Mas muitos lhe outorgamos uma definição diferente, de forma que cabem nela não só aquelas histórias que sucedem fisicamente nos porões e criptas dos castelos, senão, prioritariamente, as que têm lugar nos mais tenebrosos passadiços e criptas de nossa própria mente. Desta maneira uma novela gótica pode ter ou não elementos sobrenaturais, pode suceder nos passadiços de um castelo medieval ou nos corredores não menos tenebrosos de uma nave espacial, pôde escrever-se no século XVIII, no XVII ou no XXI.
O escritor não emprega os elementos tradicionais do gênero gótico para produzir de forma técnica e matemática determinados efeitos, senão aqueles nascem de forma natural depois da imersão em seu próprio subconsciente e como próprias metáforas. Isto é, a novela gótica se constrói espontaneamente a base de símbolos que habitam no nas profundezas de nossa mente, da mesma forma que ocorre nos sonhos. Assim, as trevas são produto de nossa própria escuridão: sentimentos de solidão, medo, desagrado ante o que nos rodeia; passadiços e subterrâneos, os múltiplos recôncavos de nosso cérebro, a incerteza sobre o caminho a tomar; os personagens fascinantes, esses que procuramos em vão na realidade ou esses que, em todo ou em parte, quiséramos ser.
O escritor de hoje ou o de dois mil anos atrás, vive envolvido num acúmulo de dúvidas e mistérios que anseia responder. No início, as perguntas versam a respeito do cotidiano (o porquê do comportamento humano). Quando se descobre as respostas ou verificado sua inexistência, se produz um sentimento de alienação, de negação e rejeição pertencente à espécie humana. A única maneira de não perecer na mais dolorosa solidão é a crença de que existe outro mundo não dominado pelo homem, um além. O fato de que sua manifestação na literatura costuma corresponder-se com vampiros, fantasmas e o diabo, não é senão uma demonstração da crença na existência de um mundo melhor: se existe o diabo, também existe Deus e toda essa Bondade e Beleza que se supõe. A moderna substituição do demônio pelos extraterrestres não afeta a esta afirmação: um monstro malvado como Alien nada mais é do que a confirmação da existência de outros mundos e, por tanto, de outras culturas e seres superiores e supostamente melhores que os conhecidos. O escritor se submerge no mundo do sobrenatural para ser salvo por seres superiores em circunstâncias que nada têm que ver com as de seu triste meio. Para ilustrar o dito até aqui, uma escritora contemporânea: Anne Rice.


Anne Rice e Lestat

A juventude de Anne Rice (1941) não foi um caminho de rosas. No colégio era uma menina solitária, e nunca em sua infância sentiu que tivesse o amor que precisava. Perdeu sua mãe; uma alcoólatra, aos quatorze anos. Seu pai, pouco afetuoso, voltou a casar-se menos de dois anos depois, o que obrigou a Anne a mudar-se com eles para o Texas. Em 1972 faleceu sua filha de seis anos, vítima de leucemia. No ano seguinte, fruto da dor e numa tentativa de perpetuar a sua filha sob a aparência de uma menina vampiro, nasceu Entrevista com o Vampiro(escrita em 1973 e recusada para sua publicação em várias editoriais até 1976).
Anne Rice afirma: "os escritores escrevem sobre o que lhes obceca. Perdi a minha mãe quando tinha quatorze anos. Minha filha morreu aos seis anos. Perdi minha fé católica. Quando escrevo, a escuridão está sempre ali. Dirijo-me para onde está a dor" (Revista People, 05/12/88).
O personagem mais amado por Anne e seus leitores é o vampiro Lestat. Segundo Anne: "É difícil descrever Lestat. De alguma maneira, é toda minha vida, porque inclusive quando não estou escrevendo sobre Lestat, estou contemplando o mundo através de seus olhos. Foi ele quem me transformou numa viajante, quem me transportou fora de mim mesma e me libertou das preocupações por minhas limitações, tanto físicas como espirituais. Lestat é mais do que um personagem criado por mim. É um símbolo de algum tipo de liberdade e domínio. Representa o lado cruel que há em nós, mas é parte de meus pensamentos dia e noite; e parte de minhas conversas dia e noite, suponho. Ante quase tudo o que vejo, me pergunto: que pensaria Lestat disto? Como reagiria Lestat ante isto? Portanto, diria que ele é minha outra metade. Mas é minha metade masculina e cruel que, obrigado a Deus, não existe outro na ficção".


Os principais elementos do Conto Gótico

Os teóricos da literatura empregaram muito tempo em delimitações temporárias e subcategorizações da novela gótica. Como o representado por Walpole e Sophia Lee, diferenciado pela falta de explicação aos fenômenos sobrenaturais. O Gótico Ilusório de Ann Radcliffe; onde tudo encontra uma explicação racional. O Gótico Satânico, representado por Mathew Gregory Lewis; onde o explicável e o inexplicável se misturam e os fatos se apresentam de forma rude, sem uma prévia aclimação ao terror. Este segmento também foi continuado por Maturin. Há ainda o Realismo Negro, Gótico Filosófico ou Didático Gótico, marginal ou como uma paródia. Assim, limitando-se com freqüência ao século XVIII e princípios do XIX, com o qual unicamente Walpole, Radcliffe, Maturin e Lewis destacam na lista. Para outros, a acepção é muito mais ampla e inclui à prática totalidade dos grandes autores da literatura ocidental.
Da cripta da mente humana saíram as obras mais gloriosas:Hamlet, Fausto, A divina comédia e uma infinidade mais. Obras muito diferentes entre si, mas com o elemento comum de ser uma reação oculta (ou não), inconsciente (ou não) do autor contra seu meio. Devido às características de estilo de um tipo de obra que exige concentrar ao máximo a essência emocional e vivencial do autor (ainda que transmutada até o irreconhecível), junto com o fato de que os elementos simbólicos que aparecem nela são comuns ao subconsciente de todos nós, a novela gótica se caracteriza por sua capacidade para captar o atendimento e induzir a mais profunda concentração ao leitor, por penetrar em seu cérebro e mostrar-lhe seus próprios fantasmas e desejos.
Chris Baldick, em sua introdução The Oxford Book of Gothic Tales, assinala magistralmente: "Em sua estrutura podemos reconhecer os porões e criptas do desejo reprimido, os devaneios e campanários da neurose, o mesmo ao aceitarmos o convite de Poepara ler o Palácio Assombrado, tanto do poema como da alegoria da mente de um louco".
Os elementos sobrenaturais e de fantasia são tão inerentes ao gênero humano que suas primeiras obras literárias (por não falar de suas crenças) são estritamente fantásticas. Realmente se pode apreciar que entre A Odisséia e O Senhor dos Anéis decorreram mais de dois mil anos? A forma narrativa da fantasia mudou um pouco, só um pouco. Também se diversificou e num mesmo tempo aparecem diferentes correntes, mas as motivações e os elementos utilizados (à grosso modo), são idênticos. Para o leitor, a principal motivação é ausentar-se de seu aborrecedor mundo. Mas para isso, alguns elementos são necessários:

Ambientes Desconhecidos
Lugares e épocas passadas ou inexistentes que não possam recordar-nos nosso presente (ambientação na Idade Média durante o século XVIII. No final do século XX em planetas desconhecidos, naves espaciais, épocas futuras, mas também em épocas passadas). Quanto mais viagens, sejam geográficas ou cronológicas, melhor será.

Personagens Fascinantes
Personagens sempre inteligentes, enigmáticos e misteriosos, conscientes de sua culpa e atraentes.

Romantismo
Este ponto precisa de exemplos?

Perigo
Presença obrigatória. O perigo sempre está presente através do terror.

Garotas em apuros
Tradicionalmente, para ser salva pelo herói. Possui um papel secundário. Inclusive na pura literatura gótica, que ocorre em pleno processo de emancipação feminina, e cujas mais importantes autoras são mulheres.

Assim podemos perceber que a literatura gótica não é um gênero que nasceu subitamente e morreu numa época determinada, senão um mesmo gênero, o do sobrenatural (A odisséia não era fantasia. Para os povos da época, os deuses eram reais, não personagens de ficção), que no século XVIII põe em moda uns elementos de ambientação muito concretos, os quais simplesmente substituem a outros, e que, no futuro (hoje) serão por sua vez substituídos pelas novas visões que impõe a evolução de nossa história, mas que, basicamente, a cripta do monge e a cabine da nave cumprem exatamente o mesmo cometido, bem como Frankenstein. O medo, os medos clássicos, primitivos, não são um invento gótico, como alguns sustentam. Os personagens podem nascer e viver numa nave espacial, não há problema. Mas se queremos desintoxicarmos da visão futurista, podemos fazê-los conviver com os cruzados, com os antigos egípcios e inclusive com o neanderthal. Hoje em dia há dúzias de contos com esses temas, conseqüência da popularização dos estudos univer-sitários e a acessibilidade a todo tipo de documentação. Esses temas, baseiam-se nas mesmas causas não premeditadas que fez a Idade Média tornar-se moda no século XVIII (as descobertas das ruínas de Herculano e Pompéia e das ruínas medievais deram lugar a obsessivos estudos sobre o passado que marcaram a arte e o pensamento de toda uma época). A ciência, a técnica e o apogeu do conhecimento sobre o passado da humanidade, estão marcando a nossa, que, literariamente (e cinematograficamente) traduz-se simultânea e paradoxalmente no auge (não no nascimento, que se produziu há muito) da ciência ficção e da novela histórica.
Ao referir-me a uma novela como gótica me refiro àquela, qualquer que seja a época em que tenha sido escrita, que propõe uma viagem ao interior da mente humana utilizando e ao mesmo tempo despindo seus medos primitivos. Portanto, vemos que a denominada novela gótica clássica do século XVIII, não faz senão introduzir umas pequenas variações no mais velho tema da humanidade: o sobrenatural; que nasce no século XVIII (ou se pode conceber uma cena mais gótica do que Caronte sumido nas trevas da lagoa Estigia, com o rumor dos mortos ao fundo, e transportando em sua barca, as almas dos novos defuntos?) não morre. Simplesmente, como a energia ou os dinossauros, transforma-se.